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Parte 6: Um país se faz com homens e livros

Se o mundo tivesse mais monteiros lobatos, certamente seria um pouco melhor.

“Amei muito. Tudo o que fiz na vida foi um gesto de amor. Quando, com as mãos trêmulas, tamanha era a emoção que estava sentindo no fundo do peito, comecei a escrever para as crianças, as lágrimas escorreram pela minha face e descobri que a criança ama em cores.
Lutei… lutei muito… e vi os meus limites encolhidos pelas grades da prisão. Valeu a pena? Como disse Fernando pessoa, Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
(Monteiro Lobato)

Monteiro Lobato foi um personagem muito popular no Brasil entre 1935 e 1948. Durante a vida foi um visionário, depois de morto, tornou-se símbolo da literatura infantil.

Sempre acreditou na capacidade das crianças de mudar o mundo e passou a escrever-lhes como forma de prepará-las para a vida adulta, na intenção de transformá-las em pessoas críticas e pensantes, como é a polêmica Emília.

Por essa dedicação a seus pequenos leitores, no dia de seu nascimento (18 de abril) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil.

Mas a obra de Monteiro Lobato não se restringe ao Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Muito crítico e impassível aos problemas do Brasil, Lobato dedicou seus livros adultos para denunciar tudo que não fluía corretamente no país, como as queimadas no Vale do Paraíba, a vida preguiçosa do caboclo, que depois, ao descobrir que se tratava de uma doença, se desculpou com seu personagem Jeca Tatu, os desmandos do presidente Eurico Gaspar Dutra, entre outras coisas.

Foi um homem de caráter forte e marcante. Desempenhou muitas funções durante a vida, foi advogado, fazendeiro, escritor, editor e jornalista, mas nunca esqueceu de seus princípios e obrigações como cidadão.

Como fazendeiro, escreveu a fim da preservação da terra, como editor, iniciou a edição de livros no país, como jornalista denunciou os abusos no poder público, como cidadão, sugeriu que o país poderia ter poços de petróleo, e acabou sendo preso por isso. E finalmente, como escritor, acreditou no poder dos livros e das palavras como fontes libertadoras da escuridão e ignorância. “Um país se faz com homens e livros”.

Se o mundo tivesse mais monteiros lobatos, certamente seria um pouco melhor.

ESPECIAL MONTEIRO LOBATO

Parte 1: Início da Carreira
Obras: Velha Praga / Urupês
Parte 2: Editor e Jornalista
Artigo: Paranóia ou mistificação?
Parte 3: Escritor Infantil
Obra: Reinações de Narizinho
Parte 4: Sítio do Pica-Pau Amarelo
Obra: O casamento da Emília
Parte 5: fim da vida
Obra: Zé Brasil
Parte 6: Um país se faz com homens e livros
Conclusão
Confira as fotos do Sítio do Pica-Pau Amarelo em nossa galeria.

Bibliografia